As pessoas acima de tudo!
Estimular ideias e explorar o potencial criativo de cada um de nós é, cada vez mais, o caminho a seguir para promover a inovação.
Por isso, redesenhar os ambientes de trabalho passou a ser um desejo, um querer ou uma necessidade imperativa qualquer que seja a estrutura e dimensão das organizações envolvidas no panorama dos negócios.
Há uns anos atrás as primeiras incursões aos novos ambientes estimuladores de criatividade passavam, por um espaço com jogos, umas poltronas coloridas e convidativas a uma passeio de mão dada com a imaginação ou até umas simulações de artista com guitarra e playback.
É bom não esquecer que o local de trabalho não se limita ao espaço físico, também inclui o espaço virtual.
Hoje se nós quisermos desenvolver um ambiente de trabalho que estimule a criatividade e que tenha como propósito desenvolver uma cultura de inovação é preciso ir para além do colorido e da novidade nos materiais.
Para criar ou desenvolver uma ambiente de criatividade devemos considerar que:
– A permissão para a criatividade no ambiente de trabalho vem de cima e não tem que ser pedida. A diversidade, a inclusão e a abertura ao mundo exterior e à diferença têm que estar implícitas nas orientações e valores das organizações.
– A confiança, através das suas diferentes perspetivas, no trabalho é uma condição necessária e fundamental para a criatividade.
Para inovar é fundamental que exista um ambiente de confiança e de responsabilidade onde as várias atividades se desenrolam sem atritos, conflitos ou medo.
Quer a confiança quer o risco estão intimamente ligados com o medo.
Muitas vezes esta imagem de “diferença”, que encerra divertimento e “liberdade para” esbarra na permissão para inovar. Isto significa que a conciliação dos vários pontos-chave para o desenvolvimento da criatividade e inovação não é fácil principalmente quando falamos em diversidade de género, de personalidade ou de culturas.
Quantas vezes, a falta de permissão é sustentada na falta de integração da diferença?
A resposta poderá estar num artigo de Eric Markowitz onde ele diz:
“Swann verificou que a diversidade de facto promove a inovação, mas apenas se essa diversidade foi abraçada pelo grupo.”
E, eu penso que essa diversidade quando é abraçada pelo grupo é já resultado de uma série de acontecimentos na organização e que se evidenciaram pelo desenvolvimento de uma cultura e onde a diversidade é vista como um conceito amplo e não apenas a uma questão de disciplinas de conhecimento ou questões de igualdade de género ou de origem cultural.
Mas será que tradicional forma de integrar a diferença nas organizações é sustentável?
Procurar desenvolver uma cultura que abraça culturas é o caminho desejável, pois isso faz com que as pessoas se sintam desejadas e compreendidas ajudando assim a promover a criatividade.
Quando nós, combinamos ou facilitamos a combinação de diferentes domínios de conhecimento ou de culturas, os conceitos existentes nesses domínios dão origem a um número extraordinário de novas ideias.
Diferentes pessoas com diferentes origens e perfis alavancam a capacidade de enfrentar desafios e de abraçar oportunidades, porque diversas motivações e formas de olhar e ver estão presentes.
Um novo ambiente que como referimos atrás não se confina ao espaço físico e que é caracterizado pela maior importância dada ao seu fator de eleição, isto é as pessoas.
É por isso que é importante recordar Dov Seidman:
“A abordagem dominante para a inovação, que os países e as empresas precisam agora mais do que nunca, negligencia uma veia rica de potencialidades por explorar. Estamos a concentrar-nos quase que exclusivamente sobre as inovações – o resultado do processo criativo – enquanto negligenciamos o elemento humano na equação.
O que aconteceria se em vez de focar apenas uma variável (o resultado) na equação de inovação, abordássemos a variável humana que temos mantido sempre constante?”
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